segunda-feira, 28 de maio de 2012

Resposta da AMCEU à carta da diretora Liciê sobre os elevadores


Prezados moradores da CEU

Mais uma vez a administração da CEU demonstra em público o seu descaso frente a problemas estruturais existentes na moradia. Como consequência da última chuva forte tivemos a entrada de água nos halls da casa e no poço do elevador, de modo a inviabilizar o seu uso. Pasmos ficamos quando após a espera por esclarecimentos é divulgada uma carta da administração da casa sobre o assunto, e pasmos permanecemos quando a administração procede a uma culpabilização dos moradores como forma de se eximir da responsabilidade de manutenção da infraestrutura do espaço.

O caráter acolhedor do texto apresentado pela diretora certamente deve de ser a sutileza cada vez maior do efeito de poder, é realmente muito triste perceber como ao discurso é dado um uso de explícito controle do comportamento, quando se instiga a prática de um denuncismo, que visa enfraquecer as relações de reciprocidade em vizinhança com a justificativa de zelo pelo local onde se mora. Reitera-se, a casa não permaneceria tão desgastada caso a administração pensasse melhor antes de proceder qualquer intervenção. Para exemplificar isso, temos o caso das máquinas de lavar. Novamente a maioria das máquinas encontra-se estragadas, logo, de que vale uma lavanderia cheia de máquinas estragadas? É papel da instituição questionar-se porque as máquinas estragam, questionamentos do tipo: será se uma máquina como a que a dona de casa usa para lavar sua roupa uma ou duas vezes por semana irá ter o mesmo desempenho em um prédio com quase 400 moradores a funcionar sem parar? Mas claro, para a administração atual é mais fácil gastar por vezes seguidas o recurso público para comprar as mesmas novas máquinas e pregar na parede um cartaz culpando os moradores pelo estrago, como se estes fossem desprovidos de inteligência suficiente para o uso de uma máquina de lavar roupas, que requer apenas o aperto de um ou dois botões.

O termo alguns é citado em três momentos do texto apresentado, a se referir a quem supostamente tenha causado a entrada da água. Sendo que na terceira vez o termo aparece amparado por aspas e em um contexto que explicita o caráter pejorativo que lhe é dado.A diretora parte da prerrogativa de que o dano causado à mureta que impede a entrada de água foi “uma brincadeira”, claro, não de todos, mas de alguns. Portanto, na busca incessante por estigmatizar minorias dentro da casa, não atenta para as inúmeras possibilidades do ocorrido, já que são várias as hipóteses que se pode formular sobre a quebra da mureta. Cabe ressaltar que a mureta já se encontrava quebrada há muito tempo, inclusive, outras águas já invadiram a CEU, e mesmo assim a administração não tomou providências, foi necessária a paralisação do elevador para que em poucos minutos se restaure umamureta, prova de que desconhece mesmo as demandas dos moradores.

Por fim, os moradores que já zelam pelo espaço que os abriga não devem mesmo se omitir, devem na medida do possível procurar participar mais das reuniões e assembleias da casa para esclarecimentos e articulação frente tomadas de decisões por parte da administração que, de certa forma, ferem a dignidade de quem aqui mora.